Quae est ista quae ascendit de deserto, deliciis affluens, innixa super Dilectum suum? Quem é esta que sobe do deserto cheia de delícias e apoiada em seu Amado?

sábado, 18 de junho de 2011

E a memória? Onde fica mesmo?

Caríssimos,

Há algum tempo foi publicado um artigo onde explico a ontologia das almas humanas, animais e vegetais.
Para adentrar neste artigo, necessito retomar um pouco o assunto daquele.

Segue-se, pois, que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus por receber inteligência e, conseqüentemente, vontade livre. O homem também possui uma potência sensitiva em sua alma, esta que é comum aos animais, e é ligada intimamente ao corpo.

Animais e vegetais possuem almas materiais, isto é, que não são espirituais.
Os primeiros possuem, em suas almas, as potências sensitiva e vegetativa, ao passo que os vegetais possuem somente a potência vegetativa.

Em suma:

Alma
Potencialidades
Tipo
Humana
Vegetativa/Sensitiva/Intelectiva 
Espiritual
Animal
Vegetativa/Sensitiva
Material
Vegetal
Vegetativa
Material

Assim, retomado o assunto do artigo precedente, podemos passar para o objetivo do artigo presente.

Visto este esquema, das potencialidades das almas, eis uma pergunta muitíssimo interessante:

Onde encontra-se a memória?

Para contextualizar, de melhor modo, a pergunta, eis algumas premissas acerca da memória:

  • Existe em homens e animais.
  • Deve, no homem, prosseguir na alma separada do corpo.
  • Deve, no animal, desaparecer com a sua corrupção.
  • É altamente influenciada pelo órgão encefálico.

À esta pergunta, baseado em São Tomás de Aquino, responde-se assim:

Existem dois tipos de memória:

O primeiro é a memória das espécies.
Assim, esta guarda espécies, conceitos de o que é uma árvore, uma faca, uma mesa, etc... Nela são guardadas informações universais.
Este tipo de memória somente existe no intelecto, uma vez que somente este é capaz de conhecer universalmente as coisas.

O segundo é a memória do pretérito.
Esta guarda o pretérito em si, os fatos que ocorreram, bem como todos os elementos que estiverem ao seu alcance. Nesta memória, porém, somente há elementos singulares, como aquela árvore da qual caí, aquela faca com a qual me cortei, aquela mesa na qual esbarrei, etc... Assim, esta memória do pretérito não guarda as espécies, as coisas universais.
Esta memória somente existe na potencialidade sensitiva da alma, e daí ser comum a homens e animais.

Explica-se, então, que a grande influência do órgão encefálico dá-se no funcionamento da memória do pretérito, havendo até mesmo tratamentos para tal memória.
Também explica-se o fato de aquelas pessoas que perdem a memória (perdem o acesso), apenas perderem (parcial ou totalmente) a memória do pretérito, que é afetada pelos males do corpo, e não perderem a memória das espécies, assim ainda conhecendo o que é uma árvore, uma faca, uma mesa, etc...

Em suma:

Memória
Potencialidade
Alma
Espécies
Intelectiva 
Humana
Pretérito
Sensitiva
Humana/Animal

Assim, enquanto o homem pode lembrar-se das espécies das coisas, pode também, agora com o animal, lembrar-se do pretérito com as coisas singulares.

Creio ter sido esta uma questão claríssima e de fácil compreensão.

In Corde Iesu,
Marcelo Maciel  

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