Caríssimos,
Animais e vegetais possuem almas materiais, isto é, que não são espirituais.
Explica-se, então, que a grande influência do órgão encefálico dá-se no funcionamento da memória do pretérito, havendo até mesmo tratamentos para tal memória.
Há algum tempo foi publicado um artigo onde explico a ontologia das almas humanas, animais e vegetais.
Para adentrar neste artigo, necessito retomar um pouco o assunto daquele.
Segue-se, pois, que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus por receber inteligência e, conseqüentemente, vontade livre. O homem também possui uma potência sensitiva em sua alma, esta que é comum aos animais, e é ligada intimamente ao corpo.
Animais e vegetais possuem almas materiais, isto é, que não são espirituais.
Os primeiros possuem, em suas almas, as potências sensitiva e vegetativa, ao passo que os vegetais possuem somente a potência vegetativa.
Em suma:
Alma | Potencialidades | Tipo |
Humana | Vegetativa/Sensitiva/Intelectiva | Espiritual |
Animal | Vegetativa/Sensitiva | Material |
Vegetal | Vegetativa | Material |
Assim, retomado o assunto do artigo precedente, podemos passar para o objetivo do artigo presente.
Visto este esquema, das potencialidades das almas, eis uma pergunta muitíssimo interessante:
Onde encontra-se a memória?
Para contextualizar, de melhor modo, a pergunta, eis algumas premissas acerca da memória:
- Existe em homens e animais.
- Deve, no homem, prosseguir na alma separada do corpo.
- Deve, no animal, desaparecer com a sua corrupção.
- É altamente influenciada pelo órgão encefálico.
À esta pergunta, baseado em São Tomás de Aquino, responde-se assim:
Existem dois tipos de memória:
O primeiro é a memória das espécies.
Assim, esta guarda espécies, conceitos de o que é uma árvore, uma faca, uma mesa, etc... Nela são guardadas informações universais.
Este tipo de memória somente existe no intelecto, uma vez que somente este é capaz de conhecer universalmente as coisas.
O segundo é a memória do pretérito.
Esta guarda o pretérito em si, os fatos que ocorreram, bem como todos os elementos que estiverem ao seu alcance. Nesta memória, porém, somente há elementos singulares, como aquela árvore da qual caí, aquela faca com a qual me cortei, aquela mesa na qual esbarrei, etc... Assim, esta memória do pretérito não guarda as espécies, as coisas universais.
Esta memória somente existe na potencialidade sensitiva da alma, e daí ser comum a homens e animais.
Explica-se, então, que a grande influência do órgão encefálico dá-se no funcionamento da memória do pretérito, havendo até mesmo tratamentos para tal memória.
Também explica-se o fato de aquelas pessoas que perdem a memória (perdem o acesso), apenas perderem (parcial ou totalmente) a memória do pretérito, que é afetada pelos males do corpo, e não perderem a memória das espécies, assim ainda conhecendo o que é uma árvore, uma faca, uma mesa, etc...
Em suma:
Memória | Potencialidade | Alma |
Espécies | Intelectiva | Humana |
Pretérito | Sensitiva | Humana/Animal |
Assim, enquanto o homem pode lembrar-se das espécies das coisas, pode também, agora com o animal, lembrar-se do pretérito com as coisas singulares.
Creio ter sido esta uma questão claríssima e de fácil compreensão.
In Corde Iesu,
Marcelo Maciel
Marcelo Maciel
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