Quae est ista quae ascendit de deserto, deliciis affluens, innixa super Dilectum suum? Quem é esta que sobe do deserto cheia de delícias e apoiada em seu Amado?

domingo, 28 de novembro de 2010

Filioque



Nosso Senhor Jesus Cristo

“Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão.
Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará.
Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse: Há de receber do que é meu, e vo-lo anunciará.” (Evangelho segundo São João 16;13-15)

Apóstolo São Paulo (Tarso, c. 9 — Roma, c. 64)

“A prova de que sois filhos é que Deus enviou aos vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai!” (Gálatas 4;6)

“Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o espírito de Deus habita em vós. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é dele.” (Romanos 8;9)

Pois sei que isto me resultará em salvação, graças às vossas orações e ao socorro do Espírito de Jesus Cristo. (Filipenses 1;19)

Tertuliano, pai da Igreja (c. 160 – c. 220)

Concebeu o Espírito Santo como fluindo diante do Pai e sendo transmitido por meio do Filho. (Ad Praxeas, XIII)

São Gregório Taumaturgo (ca. 213 – ca. 270 DC)

Mantém claramente a procissão do Espírito Santo através do Filho ("Expos. fidei sec.", vers. saec. IV, in Rufinus, Hist. Eccl., VII, xxv; Epiphanius, Haer., c. lxii, 4)

Santo Atanásio de Alexandria (* 295 [?], em Alexandria – † 2 de maio de 373, em Alexandria)

As the Father is the fountain of the Son, so is the Son the fountain of the Holy Ghost

Assim como o Pai é a fonte do Filho, o Filho é a fonte do Espírito Santo (Athanasius, Ep. ad Serap. I, xix, sqq.; On the Incarnation 9; Orat. iii, adv. Arian., 24; Basil, Against Eunomius V; cf. Gregory of Nazianzus, Oration 43, no. 9)

“A respeito do Espírito, que procede do Pai e que, sendo próprio do Filho, vem dado por este a seus discípulos e a todos os que crêem nele.” (Carta de Santo Atanásio a Serapião; Sobre a Divindade do Espírito Santo.)

Santo Hilário de Poitiers (c. 300 – c. 368)

He speaks of the Spirit as "coming forth from the Father" and being "sent by the Son" (De Trinitate 12.55); as being "from the Father through the Son" (ibid. 12.56); and as "having the Father and the Son as his source" (ibid. 2.29); in another passage, Hilary points to John 16.15 (where Jesus says: 'All things that the Father has are mine; therefore I said that [the Spirit] shall take from what is mine and declare it to you'), and wonders aloud whether "to receive from the Son is the same thing as to proceed from the Father" (ibid. 8.20).

Fala do Espírito Santo como “vindo no princípio pelo Pai” e sendo “enviado ao Filho” (De Trinitate 12.55); como sendo “do Pai através do Filho” (ibid. 12.56); e como “tendo o Pai e o Filho como sua fonte” (ibid 2.29); em outra passagem, Santo Hilário aponta São João 16.15 (onde Jesus diz: “Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse: Há de receber do que é meu, e vo-lo anunciará”) e se pergunta se “receber do Filho é a mesma coisa que proceder do Pai” (ibid. 8.20).

São Epifânio de Salamina (ca 310–20 – 403)

“É preciso crer, a respeito de Cristo, que Ele vem do Pai, é Deus proveniente de Deus, e, a respeito do Espírito, que Ele provém do Cristo, ou, melhor; de ambos, pois Cristo disse: “...Ele procede do Pai' e 'receberá do meu'" (S. Epifânio de Salamina: Ancoratus 67).

"Já que o Pai chama Filho o que procede do Pai e Espírito Santo o que provém de ambos,... fica sabendo que o Espírito Santo é a luz que vem do Pai e do Filho" (S. Epifânio de Salamina: Ancoratus 71).

Dídimo de Alexandria (ca. 313-398)

"Ele não falará sem mim e sem a decisão do Pai, porque Ele não tem origem em si, mas é do Pai e de mim. Pois o que Ele é como subsistência e como palavra, Ele o é pelo Pai e por mim" (Dídimo de Alexandria, professava, comentando palavras de Jesus: De Spiritu Sancto 34)

São Basílio de Cesaréia (329 - 379)

...that the Son and the Holy Ghost are logically and ontologically connected in the same way as the Son and Father [St. Basil, Epistle 38; Against Eunomius I.20 and III, sub init.]

Admite que o Filho e o Espírito Santo são logicamente e ontologicamente ligados da mesma forma que o Filho e o Pai [St. Basil, Epistle 38; Against Eunomius I.20 and III, sub init.]

São Gregório de Nissa (Cesareia, Capadócia: 330 - 395)

Mantém claramente a procissão do Espírito Santo através do Filho (Hom. iii in orat. domin.);

Santo Ambrósio de Milão (Trier, Alemanha 340 - 4 de abril de 397)

Abertamente afirmou que o Espírito Santo “procede do (procedit a) Pai e do Filho”, sem nunca estar separado de nenhum. (On the Holy Spirit 1.11.20)

São Jerônimo (347–420)

"Referiu-se ao Espírito Santo como proveniente do Pai e do Filho (Oxford Dictionary of the Christian Church (Oxford University Press 2005 ISBN 978-0-19-280290-3), article Double Procession of the Holy Spirit).

Santo Agostinho de Hipona (Tagaste, 13 de novembro de 354 - Hipona, 28 de agosto de 430)

“E se o que é dado tem como princípio aquele por quem é dado, pois não recebeu de outro o que dele procede, deve se admitir que o Pai e o Filho são um só Princípio do Espírito Santo, e não dois princípios. Mas assim como o Pai e o Filho são um só Deus e em relação à criação um só Criador e um só Senhor, assim também de modo relativo quanto ao Espírito Santo são um só Princípio.” (A Trindade 5:14:15)

“É reconhecido que o Espírito Santo procede também do Filho.” (A Trindade 15:17:29)

"O Espírito Santo procede do Pai a título de princípio (principaliter), e, pelo dom intemporal do Pai ao Filho, procede do Pai e do Filho em comunhão (communiter)" (Santo Agostinho, De Trinitate XV 25,47).

São Cirilo de Alexandria (c. 376 - 444)

"Ensinou que o Filho tem uma participação na processão do Espírito Santo. (The HarperCollins encyclopedia of Catholicism By Richard P. McBrien, Harold W. Attridge pg 529) (Against Anathema IX of Cyril)

“Ele [o Espírito Santo] verdadeiramente procede do Pai e do Filho.” (Treasury of the Holy Trinity, thesis 34)

"Espírito é o Espírito de Deus Pai e, ao mesmo tempo, Espírito do Filho, saindo substancialmente de ambos simultaneamente, isto é, derramado pelo Pai a partir do Filho” (S. Cirilo de Alexandria , De adoratione, livro I, PG 68,148).

Papa São Leão I (ca. 400 – November 10, 461)

Declarou em 446 que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. (Catechism of the Catholic Church, 247)

“É verdade que, conforme as propriedades das Pessoas, um é o Pai, outro o Filho, outro o Espírito Santo, mas não há divindade diferente, natureza distinta. Assim como o Filho precede do Pai, igualmente o Espírito Santo é Espírito do Pai e do Filho.” (Sermão Sobre Pentecostes: São Leão Magno;).

São Gelásio I de Roma (~ 420 – 496 d.C.)

“Quanto ao Espírito Santo, não proveio apenas do Pai ou apenas do Filho, mas do Pai e do Filho; por isso está escrito: "Ele deleitou-se no mundo, o Espírito do Pai não está nele"; e novamente: "Entretanto, todo aquele que não possui o Espírito de Cristo, não lhe pertence". Assim, compreende-se que o Espírito Santo seja referido como provindo do Pai e do Filho, sendo que o próprio Filho, no Evangelho, diz que o Espírito Santo "procede do Pai" e "por Mim Ele é aceito e anunciado a vós".” (Decreto Gelasiano; Cap. I; 3; São Gelásio I de Roma:).

Boécio de Roma (475 – 525 d.C.)

“Pois é uma regra básica a de que as distinções em realidades incorpóreas são estabelecidas por diferenças e não por separação espacial. Não se pode dizer que Deus se tornou Pai pelo acréscimo de algo; pois Ele nunca começou a ser Pai, já que a produção do Filho pertence à sua própria substância; embora o predicado Pai, enquanto tal seja relativo. E se nos lembramos de todas as proposições feitas sobre Deus na discussão prévia, devemos admitir que Deus Filho procede de Deus Pai e Deus Espírito Santo de ambos e que eles não podem ser espacialmente diferentes por serem incorpóreos. Mas já que o Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus, e já que em Deus não há pontos de diferença que o distingam de Deus, Ele não difere dEles. Mas onde não há diferença, não há pluralidade; e onde não há pluralidade, há unidade. E, novamente, nada senão Deus pode ser gerado por Deus e, na realidade numerada, a repetição da unidade não produz pluralidade. E assim a unidade dos três está convenientemente estabelecida.” (Da Trindade; Cap. V; Boécio;).

São Gregório de Tours (c. 538- 17 de Novembro de 594)

“Eu acredito que o Espírito Santo procedeu do Pai e do Filho, que não lhes é inferior, que não é verdade que não tenha existido antes, mas que é igual a ambos, e que, sempre coeterno com o Pai e o Filho, é Deus [...]” (História dos Francos - Livro I; Prefácio; São Gregório de Tours).

Segundo Concílio de Constantinopla (553)

Declarou anátema a qualquer um que defendesse os escritos de Teodoreto de Cirro contra São Cirilo de Alexandria, os quais incluia a negação de que o Filho tivesse participação na processão do Espírito Santo. (Paul B. Clayton, The Christology of Theodoret of Cyrus (Oxford University Press 2007 ISBN 978-0-19-814398-7), p. 1)

São Máximo, o Confessor (580-662)

Declarou errado condenar o uso romano de Filioque. (Maximus the Confessor, Letter to Marinus – on the Filioque)

Terceiro Concílio de Toledo (589)

“Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do Filho;”

Papa São Martinho I (590 – 649 d.C.)

Nos escritos do seu Sínodo contra monotelitismo, empregou a expressão Filioque. (Enciclopédia Católica – New Advent - http://www.newadvent.org/cathen/06073a.htm)

Oitavo Concílio de Toledo (653)

O Filioque foi recitado neste Concílio.

Duodécimo Concílio de Toledo (681)

O Filioque foi recitado neste Concílio.

São João Damasceno (Damasco, 675 - 749)

Afirmou que o Espírito Santo procede (ἐκπορεύεσθαι) do Pai através do Filho. (Philip Schaff, History of the Christian Church, volume IV, §108).

"O Espírito Santo provém das duas Pessoas simultaneamente" (S. João Damasceno, De recta fide 21, PG 76,1408).

Papa Leão III (Roma, ca. 750 - 816)

Mostrou-se plenamente de acordo com as conclusões do Concílio de Aquisgrano fundamentadas na tradição latina, que reafirmou a doutrina do Filioque.

Observação: O Papa Leão III apenas não consentiu na inserção do Filioque no Credo.

Papa Adriano I (772 a 795)

Aprovou o sétimo concílio ecumênico (Segundo Concílio de Niceia) que usou a fórmula “Ex Patre per Filium”.

Papa Bento VIII (1012-1024)

Inseriu o Filioque no canto do Credo em Roma, ficando assim os latinos unânimes na observância de tal praxe.

Quarto Concílio de Latrão (1215)

“The Father is from no one; the Son is from the Father only; and the Holy Spirit is from both the Father and the Son equally.”

Ensina que o Pai não deriva de nenhum. O Filho deriva do Pai e o Espírito Santo deriva igualmente do Pai e do Filho.

Segundo Concílio de Lyon (1274)

“[We] confess that the Holy Spirit proceeds eternally from the Father and the Son, not as from two principles, but as from one; not by two spirations but by one.”

“[Nós] confessamos que o Espírito Santo procede eternamente do Pai e do Filho, não como dois princípios, mas como um; não por duas inspirações mas por uma.” (Constitution on the Procession of the Holy Spirit.)

Concílio de Florença (1438 – 1445)

The Father is not begotten; the Son is begotten of the Father; the Holy Spirit proceeds from the Father and the Son. (Decree for the Jacobites)

O Pai não é gerado; o Filho é gerado do Pai; o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. (Decree for the Jacobites)

In 1438 explains: “The Holy Spirit is eternally from Father and Son. He has his nature and subsistence at once (simul) from the Father and the Son. He proceeds eternally from both as from one principle and through one spiration . . . . And, since the Father has through generation given to the only begotten Son everything that belongs to the Father, except being Father, the Son has also eternally from the Father, from whom he is eternally born, that the Holy Spirit proceeds from the Son.” (Catechism of the Catholic Church, 246)

O Concílio de Florença, em 1438, explicita: «O Espírito Santo [...] recebe a sua essência e o seu ser ao mesmo tempo do Pai e do Filho, e procede eternamente de um e do outro como dum só Princípio e por uma só espiração [...] E porque tudo o que é do Pai, o próprio Pai o deu ao seu Filho Unigénito, gerando-O, com excepção do seu ser Pai, esta mesma procedência do Espírito Santo, a partir do Filho, Ele a tem eternamente do seu Pai, que eternamente O gerou»

Tratado Union of Brest (1595)

It understands the statement that the Holy Spirit "proceeds from the Father and the Son" as implying "that the Father, as 'the principle without principle', is the first origin of the Spirit, but also that, as Father of the only Son, he is, with the Son, the single principle from which the Holy Spirit proceeds"

1 comentários:

*.* disse...

Caro Marcos,

Que artigo riquíssimo! E será essêncial em um refutação de um texto islamico que estou preparando para publicar aqui.

Pax et bonvs

Jefferson Nóbrega

Postar um comentário

ATENÇÃO:
- Não publicaremos comentários com palavras de baixo calão.
- Identifique-se!

 
:: Digitus Dei :: Ad Deum qui lætificat juventutem meam!. Design by Wpthemedesigner. Converted To Blogger Template By Anshul Tested by Blogger Templates.