Quae est ista quae ascendit de deserto, deliciis affluens, innixa super Dilectum suum? Quem é esta que sobe do deserto cheia de delícias e apoiada em seu Amado?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

POR CRISTO, COM CRISTO E EM CRISTO

POR AMOR À IGREJA, AO SACERDÓCIO E AO SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA

     Caros irmãos que acessam o blog Digitus Dei,

     Neste mês de agosto celebramos o mês dedicado as vocações e, mais precisamente no dia quatro, dia de São João Maria Vianney, padroeiro dos presbíteros, celebramos o dia daqueles que, como diz a palavra de Deus, foi “tirado do meio dos homens e constituído em favor dos homens em suas relações com Deus” (Hb. 5,1).

     Sendo o Santo Sacrifício da Missa o memorial do mesmo Sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo no Altar da Cruz, o sacerdote que a celebra é o próprio Cristo que está presente à sua Igreja enquanto Cabeça de seu Corpo, Pastor do seu rebanho, Sumo Sacerdote do sacrifício redentor, Mestre da Verdade. Pelo Sacramento da Ordem a Santa Igreja acredita que o sacerdote age in persona Cristi Capitis, ou seja, na pessoa de Cristo Cabeça.

   

     Desse modo, o ministro ordenado é chamado a fazer às vezes do próprio Sacerdote por excelência, Cristo Jesus, e por causa de sua consagração sacerdotal ele goza de poder agir pela força do próprio Cristo que representa. O sacerdote não o é por si só, mas ele faz parte do sacerdócio daquele que é a origem de todo sacerdócio, Jesus Cristo, pois o sacerdote da Antiga Lei era figura dele, ao passo que o sacerdote da nova lei age em sua pessoa.

     A presença de Cristo como chefe da Igreja é expressa mais visivelmente pelos ministros ordenados, especialmente o Bispos e seus colaboradores, os presbíteros, no meio da comunidade dos fiéis. Mas, deve-se compreender que tal presença do Cristo na pessoa do ministro não deve ser compreendida como se este estivesse imune a todas as fraquezas humanas. O Espírito Santo não garante do mesmo modo todos os atos do ministro, enquanto nos sacramentos essa garantia é assegurada. De tal forma que mesmo o pecado do ministro não possa impedir o fruto da graça; pensar contrário a isso incorre em uma heresia combatida pela Igreja desde o séc. IV, a heresia Donatista: afirmava que a validade dos sacramentos dependia da santidade dos ministros que os realizavam.

     O sacerdócio ministerial é um verdadeiro serviço confiado pelo Senhor aos pastores do seu povo e o exercício desse poder deve ser de tal modo que seja medido pelo modelo de Cristo que, por amor, se fez servo dos servos.

     A tarefa do sacerdócio não é apenas representar Cristo diante da assembléia dos fiéis, ele age também em nome de toda Igreja quando apresenta a Deus a oração da Igreja e sobretudo quando oferece o sacrifício eucarístico. “Em nome de toda a Igreja não quer dizer que os sacerdotes sejam delegados da comunidade. A oração e a oferenda da Igreja são inseparáveis da oração e da oferenda de Cristo sua Cabeça. Trata-se sempre do culto de Cristo na e por sua Igreja. É toda a Igreja , Corpo de Cristo, que ora e oferece, “por Ele, com Ele e Nele”, na unidade do Espirito Santo, a Deus Pai. Todo o corpo, caput et membra (cabeça e membros), ora e se oferece, e é por isso que aqueles que são especialmente os ministros no corpo são chamados não somente de Cristo, mas também da Igreja. É por representar Cristo que o sacerdócio ministerial pode representar a Igreja.” (CIC. 1552).

     Assim sendo, o Sacramento da Ordem assemelha a pessoa à Cristo por meio de uma graça especial do Espírito Santo, para servir de instrumento de Cristo em favor da Igreja. Diante de tal grandeza da missão sacerdotal os Santos sentiram um grande apelo à conversão, a fim de corresponder através de toda sua vida Àquele que são constituídos ministro pelo sacramento. São Gregório de Nazianzeno, ainda jovem sacerdote, exclama: “É preciso começar a purificar-me antes de purificar os outros, é preciso ser instruído para poder instruir, é preciso tornar-se luz para iluminar, aproximar-se de Deus para aproximar dele os outros, ser santificado para santificar, conduzir pela mão e aconselhar com perspicácia.” (Or., 2,71).

    Contudo, encerro fazendo minhas as palavras de um admirável sacerdote, o Santo Cura d’Ars: “Se soubéssemos o que é o sacerdote na terra, morreríamos não de espanto, mas de amor”.  Ame o sacerdócio... Ame a Igreja... Ame o Santo Sacrifício da Missa.


Sem. Thiago Paleologo (Diocese de São Carlos/SP)

Zelus Domus Tuae Comedit Me.

1 comentários:

Anônimo disse...

Realmente precisamos nos dar conta do importantíssimo e belíssimo papel que o sacerdote desempenha!
Ainda mais nos dias atuais, onde muitos sacerdotes parecem nem saber deste papel, pois ocupam seu tempo com coisas seculares em vez de dedicarem-se ao serviço de Deus. Vide os 'padres-cantores' da RC'C' por exemplo.

Realmente lamentável!

Gostaria ainda de dar parabéns ao Sem. Thiago pelo excelente artigo! Que Deus te guie e fortaleça neste caminho vocacional, assim como a todos os vocacionados!


Sancta Maria ora pro nobis!
Marcelo Maciel.

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