Neste artigo trataremos sobre a esquizofrênica renovação carismática dita “católica”. A RC”C”, que se liga a uma fé irracional, ou seja, deixando a razão para se ligar a sentimentalismos, sendo assim, esquece dos ensinamentos dos Santos Padres da Igreja através da Tradição, como de Santo Agostinho e de grande doutores da Igreja como São Tomás de Aquino. Ela inclusive, foi criticada pelo Papa João Paulo 2º (em 1998) por seu fideísmo, independência da hierarquia e sua auto suficiência. Esse “new pentecostalismo” teve seu início efetivo em 1901 nos EUA, chegando ao Brasil em 1910 da Congregação Cristã no Brasil, ou seja, a chamada “renovação dos carismas” foi criação protestante e não católica. Então, a RCC na verdade é fruto do pentecostalismo protestante e está infiltrada na Igreja Católica. Dizer que a Renovação Carismática é católica é o mesmo que dizer que o comunismo da Teologia da libertação é também fundamento católico.
Origem da RCC
“A renovação carismática, inicialmente conhecida como movimento católico pentecostal, ou católicos pentecostais, surgiu em 1966, quando Steve Clark, da Universidade de Duquesne em Pittsburgh, Pensilvânia, Estados Unidos, durante o Congressso Nacional de "Cursilhos de Cristandade", mencionou o livro "A Cruz e o Punhal", do pastor John Sherril, sobre o trabalho do pastor David Wilkerson com os drogados de Nova York, falando que era um livro que o inquietava e que todos deveriam lê-lo. Em 1966, católicos da Universidade de Duquesne reuniam-se para oração e conversas sobre a fé. Eram católicos dedicados a atividades apostólicas, mas, ainda assim, insatisfeitos com a sua experiência religiosa. Em razão disso, decidiram começar a orar para que o Espírito Santo se manifestasse neles. Querendo vivenciar a experiência com o Espírito, foram ao encontro de William Lewis, sacerdote da Igreja Episcopal Anglicana, que por sua vez os levou até Betty de Shomaker, que fazia em sua casa uma reunião de oração pentecostal. Em 13 de janeiro de 1967, Ralph Keiner, sua esposa Pat, Patrick Bourgeois e Willian Storey vão à casa de Flo Dodge, paroquiana Anglicana de William Lewis, para assistir a reunião. Em 20 de janeiro assistem mais uma reunião e suplicam que se ore para que eles recebam o "Batismo no Espírito Santo". Ralph recebe o suposto dom de línguas (fenômeno chamado no meio acadêmico de glossolalia).
Na semana seguinte, a fevereiro de 1967, Ralph impõe as mãos para que os quatro recebam o denominado batismo no Espírito. Em janeiro de 1967, Bert Ghezzi comunica a universitários de Notre Dame, South Bend, Indiana o que teria ocorrido em Pittsburgh. Em fevereiro, antes do retiro de Duquesne, Ralph Keifer vai a Notre Dame e conta suas experiências. Em quatro de março, um grupo de estudantes se reúne na casa de Kevin e Doroth Ranaghan. Um professor de Pittsburgh partilha a experiência de Duquesne, e em 5 de março de 1967 o grupo pede a imposição de mãos para receber o Espírito Santo.”
Querem dizer então que os dons não foram conferidos exclusivamente para a Igreja Católica, mas também a pertencente de seitas? Então, neste caso devemos agradecer aos protestantes anatematizados por nos conceder o que havíamos ‘perdido’? Seriam os evangélicos também membros do corpo místico de Jesus Cristo?
“E pôs todas as cousas debaixo dos seus pés e, para ser o cabeça sobre todas as cousas, o deu à igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as cousas. Porque somos membros do seu corpo” (Ef.1:22,23; 5:30).
“E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como vangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos heguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo.” (Efésios 4:11-13)
“Assim também vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja” (1Co 14:12 )
Como vemos nas passagens citadas, os dons extraordinários foram concedidos para edificação da Igreja fundada por Cristo (Hb 2.4 e 1Pe 4.10), sendo não mais precisos quando a mesma se tornou católica (universal). Vejamos o que ensinou Santo Agostinho a esse respeito já no século IV:
"Quem em nosso dias, espera que aqueles que são impostas as mãos para que recebam o Espírito Santo, devem portanto falar em línguas, saiba que esses sinais foram necessários para aquele tempo pois eles foram dados com o significado de que o Espírito seria derramado sobre os homens de todas as línguas para demonstrar que o evangelho de Deus seria proclamado em todas as línguas existentes sobre a Terra. Portanto o que aconteceu, aconteceu com esse significado e passou."
Obs.: S. Agostinho dizia sobre o falar em línguas que a pessoa não tem conhecimento (xenoglossia) e não o "blablabla" carismático (glossolalia), pois isso nunca foi dom.
Finalizo, transcrevendo o sermão do Papa São Gregório Magno em 591:
“Eis os sinais que acompanharão aqueles que terão acreditado: em meu nome, eles expulsarão os demônios, eles falarão em línguas novas, eles pegarão em serpentes, e se tiverem bebido algum veneno mortal, ele não lhes fará nenhum mal. Eles imporão suas mãos aos doentes e estes serão curados” (São Marcos, XVI,16).
Será que, meus caros irmãos, pelo fato de que vós não fazeis nenhum destes milagres, é sinal de que vós não tendes nenhuma fé?
Estes sinais foram necessários no começo da Igreja. Para que a Fé crescesse, era preciso nutri-la com milagres. Também nós, quando nós plantamos árvores, nós as regamos até que as vemos bem implantadas na terra. Uma vez que elas se enraizaram, cessamos de regá-las.
Eis porque São Paulo dizia:”O dom das línguas é um milagre não para os fiéis, mas para os infiéis” (I Cor, XIV,22).
Sobre esses sinais e esses poderes, temos nós que fazer observações mais precisas?
A Santa Igreja, faz todo dia, espiritualmente, o que ela realizava então nos corpos, por meio dos Apóstolos. Porque, quando os seus padres, pela graça do exorcismo, impõem as mãos sobre os que crêem, e proibem aos espíritos malignos de habitar sua alma, faz outra coisa que expulsar os demônios?
Todos esses fiéis que abandonam o linguajar mundano de sua vida passada, cantam os santos mistérios, proclamam com todas as suas forças os louvores e o poder de seu Criador, fazem eles outra coisa que falar em línguas novas?
Aqueles que, por sua exortação ao bem, extraem do coração dos outros a maldade, agarram serpentes.
Os que ouvem maus conselhos sem, de modo algum, se deixar arrastar por eles a agir mal, bebem uma bebida mortal, sem que ela lhes faça mal algum.
Aqueles que todas a vezes que vêem seu próximo enfraquecer, para fazer o bem, e o ajudam com tudo o que podem, fortificam, pelo exemplo de suas ações, aqueles cuja vida vacila, que fazem eles senão impor suas mãos aos doentes, a fim de que recobrem a saúde?
Estes milagres são tanto maiores pelo fato de serem espirituais, são tanto maiores porque repõem de pé, não os corpos, mas as almas.
Também vós, irmãos caríssimos, realizais, com a ajuda de Deus, tais milagres, vós os realizais, se quiserdes.
Pelos milagres exteriores não se pode obter a vida. Esses milagres corporais, por vezes, manifestam a santidade.Eles não criam a santidade.
Os milagres espirituais agem na alma.Eles não manifestam uma vida virtuosa. Eles fazem vida virtuosa.
Também os maus podem realizar aqueles milagres materiais. Mas os milagres espirituais só os bons podem fazê-los.
É por isso que a Verdade diz, de certas pessoas:
“Muitos me dirão, naquele dia: “Senhor, Senhor, não foi em teu nome que nós profetizamos, que nós expulsamos os demônios e que realizamos muitos prodígios? E Eu lhes direi:”Eu não vos conheço. Afastai-vos de Mim, vós que fazeis o mal” (São mateus VII, 22-23).
Não desejeis, ó irmãos caríssimos, fazer os milagres que podem ser comuns também aos réprobos,, mas desejai esses milagres da caridade e do amor fraterno dos quais acabamos de falar: eles são tanto mais seguros pelo fato de que são escondidos, e porque acharão, junto a Deus, uma recompensa tanto mais bela quanto eles dão menor glória diante dos homens”(São Gregório Magno, Papa, Sermões sobre o Evangelho, Livro II, Les éditions du Cerf, Paris, 2008, volume II, pp. 205 a 209).
Nelson Monteiro Sarmento.
P.s: Estou novamente postando este trabalho, pois, por engano (espero) alguém o excluiu. Desculpe pelo transtorno.

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