Quae est ista quae ascendit de deserto, deliciis affluens, innixa super Dilectum suum? Quem é esta que sobe do deserto cheia de delícias e apoiada em seu Amado?

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Apócrifos ou canônicos?

 Um dos assuntos que mais desperta meu interesse é sobre os deuterocanônicos, erroneamente chamados de  'apócrifos' pelos protestantes. O que me faz gostar tanto deste tema é o profundo estudo histórico, patrístico, que é requerido neste campo.
É ordinário, pelo menos para mim, ouvir ou ler frases do tipo: "A assunção de Maria deve estar em algum livro  apócrifo que os católicos têm como inspirado" ou "Os católicos idolatram por que isso deve estar em algum livro apócrifo deles."
 Frases como estas mostram o grande estado de ignorância de muitos, mas está longe de mim querer generalizar  essa inépcia no meio evangélico.
Outro fato digno de atenção é que quando os evangélicos dizem quais são ou não inspirados estão recorrendo a  fonte extra-bíblica se agarrando em Flavio Josefo, fariseu, e ao concílio de jamnia, concílio farisaico. 
Destroem sua doutrina de "Sola Scriptura", visto que não está nas escrituras a lista dos livros inspirados.

Como de costume esclarecerei os termos:

Protocanônicos (proto = primeiro, canônicos = autorizados): São aqueles que sempre foram considerados como  inspirados.

Deuterocanônicos (deutero = depois, canônicos = autorizados): São aqueles tidos como inspirados em segunda  instância, ou seja, tiveram sua canonicidade contestada no princípio.

Apócrifos (sentido original oculto): São os livros que não foram inspirados, cujo conteúdo não era confiável.

Eclesiásticos:
Apesar de não tidos como inspirados eram lidos na Igreja e usados na instrução.

Os livros deuterocanônicos que os evangélicos consideram apócrifos são: Tobias, Judite, I Macabeus, II  Macabeus, Sabedoria, Eclsiástico e Baruc. Há ainda as adições em Ester e em Daniel que não reconhecem.
É preciso tratar da origem dessa rejeição para entendermos. Primeiro comecemos, então, ao Concílio de Jamnia.

O concílio de Jamnia foi realizado  no final do século I sob a liderança do rabino Yochanan ben Zakai.

Os critérios para exclusão dos livros foi de fariseus (não criam em Cristo) em 90dc eram eles:

1- Os livros tinham que estar em conformidade com o Pentateuco (cinco primeiros livros).
2- Estar disponível em hebraico, não em aramaico e grego
3- Não deviam ser escritos fora de Israel
4- Não podia ser escrito depois de Esdras (458 ? 428 a.C)

Baruc não foi escrito na Palestina. Desclassificado pela razão 3. Desclassificado em razão 3.

Eclesiásticos e 1Macabeus foram escritos depois de 400 aC.  Desclassificado em razão 
4.

Tobias e fragmentos de Daniel e Ester foram escritos em aramaico e fora da Palestina. Tobias e partes de Daniel  e Ester foram escritos em aramaico e fora da Palestina. Desclassificados por razões 2 e 3.

Judite foi escrito em Aramaico. Desclassificado pela razão 2.

Sabedoria foi escrito em Grego. Desclassificado pela razão 2.

2 Macabeus foi escrito depois de 400 ac. e grego. Desclassificado pelas razões 2 e 4.

Como notamos o padrão dos três últimos critérios excluiria os livros do NT, e essa foi uma decisão proposital nesse sentido. E também desse modo rejeitariam os documentos usados pelos cristãos a Septuaginta.
Se os protestantes irão acatar decisão desse concílio, deveriam excluir também de suas bíblias os livros do NT.
Os protestantes afirmam que esse concílio apenas ratificou aquilo que já era comumente aceito pelos judeus. 

Esta tese carece de fundamentos científicos e é rejeitada unanimemente pelos especialistas.

Vejamos o que os estudiosos afirmam sobre isso:

“O grupo de judeus que estavam em Jâmnia tornou-se o grupo dominante no decorrer da história judaica, e hoje  muitos judeus aceitam tal cânon. Entretanto, alguns judeus, como os da Etiópia, seguiam um cânon diferente, e  idêntico ao cânon Católico do Antigo Testamento, pois incluíam os sete livros deuterocanônicos” (cf.  Enciclopédia Judaica, vol 6, p. 1147).
Obs: Continuou a ser circulado até o séc IV entre os judeus em geral.

"Na realidade, seguramente os judeus alexandrino no séc I d.C. reconheciam como sagrados os livros 
deuterocanônicos [do AT]; não obstante a isso, eles estavam em plena comunhão de fé com os judeus da palestina,  coisa que não teria sido possível se houvesse divergências em relação aos livros sagrados. Com efeito, os  doutores hebreus faziam uso de pelo menos alguns dos livros deuterocanônicos[do AT]; de modo especial,  encontramos frequentemente citados Baruc, o Sirácida [Sabedoria de Siarc ou Eclesiástico], Tobias" (Fedeli  Pasquero)

"[...] não havia um cânon oficial, ou, como diz Mixná Yaddym IV 6, não havia Ktby qds', Escrituras Sagradas,  como grupo fechado. Mesmo na épocaem que se fixou a Mixná, por volta de 100 d.C., reinava ampla discussão entre  os eruditos a respeito de saber se o Cântico dos Cântico ou o Eclesiastes de Salomão (Qohelet) faziam ou não  parte do grupo, discussão esta que foi aplanaida por uma sentença arbitral em favor da inclusão destes livros  entre os escritos sagrados. (Mixná Yadvim III 5 cd) As descobertas dos manuscritos do Mar morto, provenientes  do período que vai de 150 antes de Cristo até 70 da era cristã, em particular os que foram encontrados nas  cavernas de Qumran, mostram-nos claramente que naquela época ainda não havia uma distinção rigorosa entre Escritura Sagrada e menos sagrada [...] Mas o fato de um fragmento bastante extenso do Sirac hebraico, copiado   em escrita esticométrica, vale dizer, executando com capricho e dispândio de tempo, constituir um dos poucos  restos de manuscritos descobertos em Masada, é prova da estiva que este escrito desfrutava no círculo dos  zelotes, no decorrer do século I d.C. (Rost, 1980, 9. 13-14)

"O livro de Ester, segundo os antigos rabinos, é o livro mais novo da Escritura. Houve, entre estes rabinos,  quem não quisesse que ele fosse incluído na Escritura" (Prof. Samuel Sandmel)

Também foram contestados Jó (Ibid., xvii), Provérbios, Cântico dos Cânticos e Eclesiastes (Ibid xxxi)

Cristãos não têm que seguir definições farisaicas e sim da Igreja Cristã, IGREJA CATÓLICA. Ora, os fariseus nem  criam que Jesus Cristo era o Salvador. Lutero para rejeitar o purgatório, oração pelos mortos e entre outras  doutrinas teve que rejeitar também os deuterocanônicos que mostravam verídicas essas doutrinas. Que Lutero usou  critérios propositais em favor de suas crenças não é difícil deduzirmos. Sabemos, por exemplo, que arrancou a  carta de Thiago e a chamou de “carta de palha” por dizer que “fé sem obras é morta”. Também Lutero disse que o  Apocalipse não era "nem apostólico, nem profético" (Erl. LXIII, 169)

Passemos agora a falar sobre a versão utilizada por Cristo e pelos apóstolos, a Septuaginta.

Septuaginta  ou  Versão dos Setentas é a versão traduzida do hebraico para o grego koiné entre o terceiro e o primeiro século  a.C. em Alexandria. Nesta tradução constam todos os deuterocanônicos rejeitados pelos protestantes.

Bastam 3 provas para mostrar que Cristo e os apóstolos se serviam dela [Septuaginta]. Vejamos:

Disse Cristo: Está escrito: Não só do pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus". A frase se refere a Deuteronômio 8,3. Na versão hebraica a expressão usada é da "boca do Senhor", enquanto na  Septuaginta "da boca de Deus".

Em Atos cap. 7, Estevão citando Gn 46, 26-27, lemos: "Então José mandou buscar Jacó, seu pai, e toda sua  parentela, em número de setenta e cinco pessoas. Desceu Jacó para o Egito e aí morreu, ele e também nossos  pais". Nos manuscritos hebraicos está dito que Jacó trouxe 70 descendentes para o Egito. Esta dificuldade é  solucionada pela Septuaginta que possui cinco nomes a mais que o texto Massorético hebraico.

Em Atos 7,43 Estevão cita um deus pagão, como Renfão. Esta citação é de Amós 5, 26. Estevão usou a versão da  Septuaginta que cita Renfã. Nas escrituras hebraicas o nome que se menciona é Quijum.

Obs: Das 350 citações que o NT faz do AT, pelo menos 300 provém da versão grega.

Afirma o historiador protestante J.N.D. Kelly:

“Deveria ser observado que o Antigo Testamento admitido como autoridade na Igreja era algo maior e mais  compreensivo que o Antigo Testamento protestante...ela sempre incluiu, com alguns graus de reconhecimento, os  chamados apócrifos ou deuterocanônicos. A razão para isso é que o Antigo Testamento que passou em primeira  instância nas mãos dos cristãos era... a versão grega conhecida como Septuaginta... a maioria das citações nas  Escrituras encontradas no Novo Testamento são baseadas nelas preferencialmente do que a versão hebraica... nos  primeiros dois séculos... a Igreja parece ter aceitado a todos, ou a maioria destes livros adicionais, como  inspirados e trataram-nos sem dúvida como Escritura Sagrada. Citações de Sabedoria, por exemplo, ocorrem em 1  Clemente e Barnabé... Policarpo cita Tobias, e o Didache cita Eclesiástico. Irineu se refere a Sabedoria, a  história de Susana, Bel e o dragão (livro de Daniel), e Baruc. O uso dos deuterocanônicos por Tertuliano,  Hipólito, Cipriano e Clemente de Alexandria é tão freqüente que referências detalhadas são necessárias”  (Doutrina Cristã Antiga, 53-54).

Algumas referências do NT para os deuterocanônicos do AT:

"1. Heb 11:35, "... Alguns foram torturados, recusando-se a liberação de obter uma melhor ressurreição". O 
único lugar na referência do Velho Testamento para achar que isso é em 2Mac 7:1-29. Se você tiver 2 Macabeus, como você explica isso? Note! A primeira metade da Hb 11:35 baseia-se em 1 Reis 17:23 e 04:36 2Reis.

2. Heb 11:38, "... errantes pelos desertos e montanhas ,..." Pode ser encontrada em 1Mac 2:28-30 e 2Mac 5:27.

3. Jo 10:22 ", realizou-se em Jerusalém para a Festa da Dedicação ..."
Esta é encontrada em 1Mac 4:52-59.

4. Jo 14:23 "... Se você me ama, guardará a minha palavra ..." Isto está em Eclesiástico 02:18.

5. Rom 9:21, "o oleiro não possui uma única massa ..." Encontrados em Sab  15:07.

6. 1Pe 1:6-7, "... o ouro é provado pelo fogo ..." Veja Sab 3:5-6

7. Hb 1:3, "... o brilho de sua glória ..." Similar a Sab 7:26-27

8. 1 Coríntios 10:9-10 "... as vítimas de serpentes pereceram e foram destruídos pelo exterminador."
Em Judite é encontrado quase que igualmente em 8:24-25.

9. 1 Coríntios 06:13: "... Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos ..." Semelhante ao 
Sirach 36:20

10. Rm 1:18-32, Deus é conhecido pelas coisas que Ele criou ... similares Sab 13,1-9

11. Mt 7:12, Lc 6:31, "... o que quereis que os homens façam, fazeis vós a eles ..."
Semelhante a Tob 04:16

12. Lucas 14:13: "... quando deres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos ...» 
Semelhante ao Tob 04:17.

13. Apocalipse 21:18: "O material deste muro é de jaspe, ea cidade é de ouro puro, semelhante a vidro puro." 
Semelhante ao Tob 13:21.

14. Mt 13:43: "Então os justos brilharão ..." Encontrados em Sab 03:07.

15. Mateus 6:15, "Se teu irmão pecar contra ti ..." Semelhante ao Eclesiástico 19:13

16. Mt 25:36, "... adoeci e visitastes-me ..." Semelhante ao Eclesiástico 07:39.

17. Mt 27:42 "... Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e crê-lo-emos. ...." Similar a Sab 2:18-20.

18. Mc 14:61-62, "...És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito?. Jesus disse: "Sim, eu sou ..." encontrados em Sab 02:13.

19. Lucas 2:37, "nunca ... a viúva ... saiu do templo, servindo a Deus noite e dia com jejuns e orações". Encontrados em Judite 8:4-6.

20. Lucas 24:4: "... lá estavam dois homens com vestes resplandecentes." Encontrados 2Mac 03:26.

21. Jo 16:15, "Tudo o que o Pai tem é meu." Encontrados em Sab. 2:13

22. Rom 10:06, "...Quem subirá ao céu?..." Encontrados em Baruc 3:29.

23. Rom 11:33, "...Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos!. "
Encontrados em Judite 8:14.

24. 1 Coríntios 10:20: "... as sacrificam aos demônios e não a Deus ..." Encontrado em Bar 4:7.

25. 1 João 3:17: "Se alguém tiver bens deste mundo e vir o seu irmão em necessidade e fechar o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?" Encontrados em Tob 04:07."[1]

Você caro leitor, já deve ter escutado que a Igreja Católica incluiu os deuterocanônicos no Concílio de Trento.  Vemos que ignoram, ou mesmo desconhecem vários concílios anteriores a este que considerou os 7 livros como  inspirados.

Abaixo passarei uma lista cronológica dos concílios que trataram sobre o cânon:

360 - Concílio de Laodicéia, regional  - Inclui o cânon hebraico de 22 livros, acrescidos pelo o Livro de  Baruc. Quanto ao NT lista os 26 que conhecemos e omite Apocalipse.

382 - Concílios de Roma, regional - AT com os 7 deuterocanônicos e NT com apocalipse.
Este concílio teve quase os mesmos que participaram do 1º concílio de Constantinopla. 150 bispos participaram.

393 - Hipona I, regional - do mesmo modo do anterior.
(Trecho interessante após passar a lista dos livros canônicos: “Sobre a confirmação deste cânon se consultará a  Igreja do outro lado do mar11. É também permitida a leitura das  Paixões dos mártires na celebração de seus  respectivos aniversários12" (Concílio de Hipona, 08.Out.393).

397 - Cartago III, regional - do mesmo modo dos 2 anteriores.

417 - Cartago IV, regional - do mesmo modo dos 3 anteriores.
(Trecho interessante após passar a lista dos livros canônicos: “Isto se fará saber também ao nosso santo irmão  e sacerdote, Bonifácio, bispo da cidade de Roma, ou a outros bispos daquela região, para que este cânon seja  confirmado, pois foi isto que recebemos dos Padres como lícito para ler na Igreja" (Concílio de Cartago III  (397) e Concílio de Cartago IV (419)).

787 - Concílio de Nicéia II, Ecumênico - implicitamente confirma o cânon dos 4 concílios anteriores.
Participaram 350 pessoas, 308 bispos ou seus representantes

1442 - Concílio de Florença, Ecumênico - Reafirma explicitamente o cânon de 46 livros no AT.
No final chegou a ter 117 católicos e 31 ortodoxos.

1545-1563 - Concílio de Trento, Ecumênico - Reafirma explicitamente o cânon de 46 livros no at e fere de  anátema quem os rejeitar.
"O Sínodo... recebe e venera todos os livros, tanto do Antigo como do Novo Testamento... assim como as  tradições orais." [...]"Se qualquer pessoa não aceitar como sagrado e canônico os livros mencionados em todas as suas partes, do modo  como eles têm sido lidos nas igrejas católicas, e como se encontram na antiga Vulgata latina, e deliberadamente  rejeitar as tradições antes mencionadas, seja anátema."

1870 - Vaticano I, Ecumênico - Reafirma.

1965 Vaticano II, Ecumênico - Reafirma.

Como vemos vários concílios afirmaram e reafirmaram a canonicidade dos deuterocanônicos. É um absurdo pensar  que se o Conc. de Trento listou os deuterocanônicos a decisão seria nova.
Se os livros já eram definidos como nos concílios que citei (sejam os regionais ou não), o que o concílio de  Trento somente fez foi reafirmar a canonicidade desses livros.
Justamente, ele reafirmou para acabar com a confusão protestante que passou a desconsiderar os 
deuterocanônicos.
Só para dar um exemplo no início do séc XV um grupo conhecidos como "jacobitas" questionaram o cânon  alexandrino. E o que fez a Igreja Católica? Foi novamente reafirmar no ano de 1441, com Concílio Ecumênico de  Florença, o caráter canônico dos deuterocanônicos.

Uma prova de que os deuterocanônicos já eram reconhecidos antes do Concílio de Trento é a primeira bíblia  impressa, a de Gutenberg (católico alemão):
http://www.hrc.utexas.edu/exhibitions/permanent/gutenberg/web/pgsdbl560/2_297298_143v144r.html

Agora, abaixo exemplares mais antigos da Bíblia contendo os deuterocanônicos:

Códex Sinaíticus (séc IV)
http://www.codexsinaiticus.org/en/manuscript.aspx?book=12

Códice Vaticano (metade séc IV)
http://www.newadvent.org/cathen/04086a

Códice Sinaítico (340-350 d.C)
http://www.newadvent.org/cathen/04085a.h%E2%80%A6

Códice Alexandrino (450-500 d.C.)

Antes de começar a citar os pais da Igreja queria comentar que não só livros do AT foram deuterocanônicos, mas também do NT são eles: Tiago, Hebreus, Apocalipse, 2 Pedro e 2 e 3 João. Assim como os livros deuterocanônicos do AT, estes também tiveram sua canonicidade contestada por muitos séculos. O livro Ester pode ser chamado também de deuterocanônico.

Pais da Igreja (século II e VII):

Na verdade nunca houve unanimidade entre os pais da Igreja sobre o cânon do AT e do NT. Pairava dúvidas  na Igreja sobre a canonicidade de muitos livros. Não podemos dizer então que existia um comum acordo entre eles sobre os deuterocanônicos. Abaixo citarei os pais da Igreja que temos registros sobre a opinião sobre os deuterocanônicos. Não botarei seus escritos para não ficar extenso e repetitivo. Se alguém quiser confirmar compre o livro que estou pegando como referência, O cânon bíblico de Alessandro Lima, clicando aqui ou leia partes virtualmente clicando aqui.

São Justino (100-165)
Faz referência a Septuaginta.

Melitão de Sardes (+177)
Não cita Ester como canônico. Sobre os deuterocanônicos considerava Sabedoria e Baruc.

Santo Irineu de Lião (150-202)
Foi discípulo de Policarpo e este por sua vez foi de João o Apóstolo e Evangelista. Faz referência a 
Septuaginta e dá o entender que essa tradução foi feita sob inspiração divina.
Sobre os deuterocanônicos o que sabemos é que ele faz menção a Sabedoria.

São Clemente de Alexandria (150 - 215)
Sobre os deuterocanônicos o que temos é que cita Sabedoria e Eclesiástico.

Orígenes de Cesaréia (185—253)
Considerou I Macabeus, II Macabeus e Baruc. Em sua carta a Júlio Africano, defende a canonicidade dos 
acréscimos ao livro Daniel.
Escreve: "Nós [cristãos] procuramos não ignorar quais são as Escrituras dos judeus a fim de que ao disputarmos 
com eles não citemos as que não se encontram nos exemplares deles, mas sim aquelas de que eles se servem[...]

Santo Atanásio (300-373)
Considerou Baruc como inspirado. E não cita Ester.

Papa Dâmaso I (305—384)
Tinha todos os deuterocanônicos como inspirados.

São Hilário de Poitiers (315-368)
Considerou Baruc como inspirado.
Em seus escritos mostra que alguns consideravam como canônicos Tobias e Judite.

São Cirilo de Jerusalém (315-386)
Considerou Baruc como inspirado.

São Gregório de Nanzianzo (em 329 ou 330 — 390)
Considerou Baruc como inspirado. Não menciona Ester.

Rufino de Concórdia (345-410)
Considerou Baruc como inspirado.

São Jerônimo (347-420)
Considerou Judite, Baruc e acréscimos do livro de Daniel como inspirados.
Em momento inicial desconsidera todos os deuterocanônicos, muitos estudiosos afirmam que ele sofreu influência dos rabinos de Jerusalém onde aprendeu hebraico. Escritos posteriores mostram seu reconhecimento aos livros que citei.
Escrito interessante: “Que pecado eu cometi se segui o julgamento da Igreja? Mas ele que traz acusações contra mim por relatar as objeções a que os judeus estavam acostumados a formar contra a história de Susana... e a história de Bel e o dragão, que não se acham nos volumes hebraicos, provam que ele é apenas um bajulador insensato. Eu não estava relatando minha própria visão, mas antes as questões que eles (os judeus) estavam acostumados a fazer contra nós” (Contra Rufinus 11,33 [402 d.C.]).

Anfilóquio De Icônio (†394)
Considerou Baruc como inspirado.

Santo Epifânio de Salamina (†403)
Considerou Baruc como inspirado.

Papa Inocêncio (350-417)
Tinha todos os deuterocanônicos como inspirados.

Santo Agostinho (354—430)
Tinha todos os deuterocanônicos como inspirados.

Papa Dâmaso I (305—384)
Tinha todos os deuterocanônicos como inspirados.

São João Damasceno (675-749)
Tinha Baruc como inspirado.


Nelson Monteiro Sarmento.

REFERÊNCIA:
O Cânon bíblico do Prof. Alessandro Lima.
NOTA:
[1]http://rosario.catholic.net/foros/read.php?f=9&i=44784&t=42683

24 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom o seu texto jovem.
Verdade as suas colocações.

Ammadeu disse...

Caro autor
Achei muito interessante seus relatos , e estudos feito das escrituras , sou cristão evangélico e desconheço algumas de suas insinuações, mesmo porque que itolatra Maria éa igreja Catolica, dando a ela tal autoridade , que nem a própria bíblia da, mas não vem ao caso , e você sita com conhecimento de causa e esquece que o Concilio de Niceia (em 350 .... o que foi há pouco mais de um século ratificado pelo concílio Vaticano I, em 1.870. .... ... então quem que modificou a bíblia .....???????

Ammadeu disse...

Boa noite Senhor Nelson Monteiro
é muito facil falar mal dod evangelicos, pois quanto a itolatria que é comotida pela igreja catolica, cuja a base se faz dentro de concilios que a propria igreja determina que seja correto, e sem falar do que a igreja catolica fez no passado ....

Marcelo disse...

Caro Ammadeu, Salve Maria, mãe do meu Senhor!

Primeiramente, a Igreja jamais praticou idolatria, muito menos com Nossa Senhora, a qual é digna de veneração por causa de sua santidade. Acaso você se esqueceu que o arcanjo chamou-a de cheia de graça? Pois é.

Quanto ao que a Igreja fez no passado, nós católico devemos nos orgulhar... tanto pelas Cruzadas com nobres cavaleiros, como pela Santa Inquisição que punia os hereges, as Missões jesuíticas, a criação da universidade, a compilação da Bíblia, a evangelização de toda a gente (que continua), dentre outros feitos...

Quanto à sua colocação sobre os concílios, confesso que não compreendi o que você quer. Toda via, eis o que cada concílio estabeleceu:

- Nicéia (325): Condenou Ario e formulou o Credo niceno. Definiu que o Verbo, Jesus, é Deus verdadeiro, gerado de Deus verdadeiro, e tem a mesma substância do Pai.

- Vaticano I (1869-1870) - Convocado por Pio IX em meio aos ataques do racionalismo,positivismo e socialismo, na iminência da conquista de Roma que pôs fim aos Estados Pontifícios, afirmou a origem divina da Revelação e sancionou a infalibilidade papal em questões de fé e de moral, centralizando o catolicismo na pessoa do Papa.

Qualquer dúvida, terei prazer em responder.


In corde Iesu et Mariae,
Marcelo Maciel.

Anônimo disse...

para Marcelo Maciel.

Chamar o massacre da Inquisição de "santa" é literalmente se equiparar aos terroristas que destruiram as torres gemeas em nome de "Alah" ou a Hitler que fundamentou a tortura e holocautos a uma idéia de "raça pura", queimar em praça publica mulheres que não aceitavam as imposições de um clero iniquo, aprisionar homens e mata-los de fome por não aceitarem idolatrar uma estatua de madeira, chamar a Inquisição de "santa" é ignorar a propria história humana, e acima de tudo ignorar o evangelho de Cristo, o qual abomina sim o Pecado mas ama o Pecador ao ponto de entregar sua propria vida, expiando os pecados da humanidade, dizer que a Inquisição foi "Santa" é um absurdo sem nenhum fundamento social, eclesiatico, doutrinario, teologico e histórico, só pode ser "santa" dentro da cabeça facista e fanatica, de alguém que se assemelha aos Fasiseus, que continuavam vivendo a lei de moises "olho por olho" mesmo tendo o Cristo vivo ensinado exatamente o contrario, uma lei muito maior "...orai pelos que vos maldizem..." e ainda tem a pretensão de dizer: "qualquer dúvida, terei prazer em responder" não existe duvida sobre a inquisição, existe sim fatos! e se orgulhar dessas coisas e ainda pior! vocês deveriam sim é "jogar panos quentes" sobre a inquisição assim como fazem atualmente com os casos de "pedofilia", ou por acaso pretendes dizer que esses também são atos "santos" ?

Edson Gonçalves

Marcelo disse...

Salve Maria, Edson Gonçalves!

Você coloca a Santa Inquisição em pé de igualdade com o atentado terrorista às Torres Gêmeas e o holocausto dos judeus. Afirma que as mulheres condenadas eram as que não aceitavam as imposições de um clero iníquo. Mediante tais coisas, te faço uma pergunta: Com que base afirmas isto?!

Talvez com base nos livrecos de 'história' de ensino fundamental e médio brasileiros, os quais estão tomados que mentiras descaradas.
Talvez você faça parte do time daqueles que afirmam números astronômicos para "vítimas" da Inquisição que superam os limites do possível, pois teria acabado com toda a população européia da época.

Você também faz uma grave acusação contra a pena de morte, quando na verdade a pena de morte é legítima!
Deus nos ama, mas Ele também é justo, e pune o que deve ser punido, assim também o Estado pode o fazer nos limites do seu poder, uma vez que possui poder vindo de Deus, como diz o próprio Cristo.

Disse Pilatos a Jesus: "Não me respondes? Não sabes que tenho poder para te soltar, e também para te crucificar?
Respondeu Jesus: "Tu não terias poder nenhum sobre mim, se não te fosse dado do Alto. Por isso, quem me entregou a ti, cometeu pecado maior" (Jo. XIX 10-11).

Assim, Cristo nos mostra que o Estado possui poder, e como todo poder, provém de Deus.

Também nos confirma a Carta de São Paulo aos Romanos: "Teme o príncipe, porque não é em vão que ele traz a a espada. Porque ele é ministro de Deus vingador, para punir aquele que faz o mal" (Rom. XIII,4).

Portanto, Edson, a pena de morte é legítima.

Quanto aos "panos quentes", não faremos isto, pois nada temos à esconder, uma vez que o que pregamos é verdade! E verdade que liberta!

E a pedofilia, esta está sendo tratada. Seus responsáveis deverão prestar contas, como já o fazem, ao ESTADO, que possui poder, e também à DEUS, que AMA, e não somente AMA, mas também PUNE!

Deixe, portanto, de sentimentalismo e compreenda que Deus é não é um vovozinho bonzinho compassivo com os nossos pecados e nem mesmo Papai Noel, mas é Deus, salvador, criador, juiz todo poderoso! Nos ama e nos julga!
Bem como o ESTADO possui poder para isso.
Bem como fazia o Tribunal do Santo Ofício.

Creio ter sido claro.

Tenha uma santa e abençoada Páscoa!
Que Deus ilumine-o! Te dê Fé verdadeira, que é virtude intelectual, e assim você deixe de lado o sentimentalismo... isto é prostestantismo... heresia!

Dominus nobiscum!


In Corde Iesu, Agnus Dei, semper,
Marcelo Maciel.

vagner disse...

obrigado marcelo por quao grande e exclarescedoras explicaçoes a respeito dos livros deuterocanonicos apesar de ser catolico li muito outras traduçoes que diferem em muitas coisas procurei muitas traduçoes para sanar minhas duvidas e atraves dessa pagina consegui aurir melhor as informaçoes os livros chamados apocrifos de boca cheia pelos protestantes, sao e muito ricos em moral e bons costumes e mesmo sem acreditar tanto devido a criticas de judeus e protestantes atraves de livros, sempre procurei ler pois dao um bom parametro em assuntos relacionados a fe,familia,e religiao confesso que não gosto de algumas expressoes adotadas em nossas biblias como por achar dificiu para um leigo entender assim como em traduçoes protestantes da a impressao que cada igreja tem sua propria traduçao.que deus te abençoe por essas informaçoes tao importantes sempre vai existir duvidas mais como diz o senhor conhecereis a verdade e ela voz libertara.muito obrigado

Marcelo disse...

Salve Maria, Vagner!

Primeiramente, redireciono seus agradecimentos ao Nelson Monteiro, autor desde artigo.
E fico imensamente feliz em saber que este blog tem ajudado na formação de católicos!

Quanto ao vocabulário de nossas Bíblias, realmente não estão em linguagem popular. Contudo, a Bíblia não deve ser lida discriminadamente, sem um auxílio competente, pois somente a Igreja tem autoridade para interpretá-la.

Por fim, sobre os protestantes, estes enchem a boca para dizer que toda a doutrina de Cristo está contida na Bíblia, e somente nela, quando na verdade, não consta na Bíblia quais livros devem compor ela, e isto foi determinado pela Tradição da Santa Igreja Católica.
Estes hereges não possuem autoridade para interpretar a Bíblia e muito menos para modificá-la, uma vez que a Santa Igreja de Cristo, que é infalível, já compilou ela.

Não dê, portanto, ouvidos para os protestantes, que são hereges, e nem para os judeus, que são infiéis. Oriente-se pela Santa Igreja!

Vagner, um abraço torne a escrever-nos!


In Corde Iesu, semper,
Marcelo Maciel.

Anônimo disse...

continuação...

MEUS FUNDAMENTOS são inúmeros, já que você disse que os livros de história são “livrecos” e que todos estão errados, provavelmente o manual escrito pela igreja católica chamado “MALLEUS MALEFICARUM” ou o “Martelo das Feiticeiras” escrito pelo seu clero e autorizado pelo seu papa Inocêncio III em 05 de dezembro de 1484, que estabeleceu como documento PADRÃO da Inquisição... nesse ponto terei que concordar com você sobre os “livrecos de historia” porque essa parte os “livrecos” realmente não contaram, porque ia ficar muito feio né? Imagina? As criancinhas e jovens na escola terem acesso a esse manual de TORTURA DA INQUISIÇÃO inclusive com ilustrações dos instrumentos e de como “usa-los”, mas creio estarmos entre adultos portanto vou dar uma palhinha sobre esse MANUAL, então vejamos como funcionava:
Há... já, ia esquecendo... Nessa época O celibato clerical já estava em vigor há 361 anos, tempo bastante para tornar os sacerdotes em verdadeiros desviados sexuais. Essa obsessão sexual rapidamente cresceu ao ponto em que uma mulher vivia com medo de que um dia, a partir do nada, pudesse ser acusada por alguém de ser uma bruxa; ou “herege” visto que a acusação era equivalente à culpa, aquela mulher podia esperar uma morte lenta sob tortura nas mãos de sacerdotes celibatários
...Voltando ao Manual... Esse manual declarava que as bruxas “hereges” tinham uma "marca do Diabo" em algum lugar em seu corpo. Isso exigia que o sacerdote fizessem uma inspeção minuciosa no corpo nu da pobre mulher. "Para aumentar o número de toques [perfurações], foi inventada a noção de que a “marca do Diabo” deixava um ponto insensível à dor, discernível apenas por um inspetor perito com uma ponta afiada. Assim, surgiu uma guida de 'perfuradores de bruxas', que eram remunerados apenas quando descobriam uma bruxa, o que por sua vez levou à 'prova cabal' do sistema de usar uma ponta retrátil auxiliar. O 'perfurador' oficial (faca), tendo dolorosa e visivelmente retirado sangue de vários pontos da vítima nua, penetrava o perfurador substituto ao máximo, surpreendendo a multidão, e assegurando seus honorários pela bruxa entregue para julgamento." Em outras palavras, essa faca retrátil não penetrava na carne quando era pressionada com força, mas retraía para dentro do cabo. No entanto, a multidão não sabia disso, e acreditaria que a razão por que a mulher não gritava, e por que não jorrava sangue ao ser perfurada, era por que ela era uma bruxa, (muito criativo) detalhe... eu não inventei essa história, qualquer pessoa pode ir a uma biblioteca descente, que encontrara (se não foram todos queimados) esse manual... eu fiz questão de tirar uma cópia do original... se quiser te mando uma!!!

Anônimo disse...

continuação...

Há, há, há, há... grave acusação contra pena de morte... Dá onde tu tirou isso??? Em primeiro lugar, não escrevi isso! E qualquer um pode verificar... basta ler meu primeiro comentário! E em segundo eu não sou contra, e sim a favor, “desde que seja LEGITIMADO”
Na época da “SANTA” inquisição a acusação era Igual a culpa, isso é, um sacerdote que ameaçasse uma mulher dizendo que iria mentir sobre ela aos “oficiais da Inquisição” já podia ter certeza do tipo de tortura que sofreria, isso é, sem DIREITO a defesa, nesse caso a Defesa de uma acusação FALSA, (já que você tocou no assunto do DIREITO do ESTADO de PUNIR) sim o ESTADO possui esse Poder hoje legitimado por nós, o “povo”, nós demos a ele o ESTADO esse DIREITO... Ao contrario da IGREJA CATOLICA, que punia os “hereges” por se negarem a seguir seus DOGMAS, alegando ser a ÚNICA igreja verdadeira, alegando ter recebido de DEUS o poder de punir... ou alegando simplesmente TER RECEBIDO, igualzinho aos terroristas que também alegaram a morte de muitos dizendo que foi “ALAH” que mandou, e Hitler da mesma forma ALEGANDO que os alemães eram a ÚNICA raça pura! “uma ideia errada multiplicada por 6 bilhões” continua sendo uma ideia errada” QUALQUER PESSOA QUE NÃO ACEITA-SE, que não se obriga-se as lascívias dos sacerdotes, ou por qualquer outro motivo... eram torturados e mortos das formas mais cruéis possíveis... Foi o que aconteceu com milhares de pessoas, Joana D’arch e Galileu... aha!!! a de Galileu mesmo foi o atestado de burrice, terror, e imposições da Inquisição da IGREJA CATOLICA
A Igreja receava que as ideias inovadoras conduzissem os crentes à dúvida religiosas e à contestação da autoridade do Papa, Quando alguém era denunciado, levavam-no preso e, muitas vezes, era torturado até confessar. Alguns dos suspeitos chegavam a confessar-se culpados só para acabar com a tortura. No caso do acusado não se mostrar arrependido ou de ser reincidente, era condenado, em cerimónias chamadas autos-da-fé, a morrer na fogueira.
Tem até uma pintura da Execução de condenados pela Inquisição, no Terreiro do Paço, em Lisboa (séc. XVIII) pessoal pode ver essa pintura na INTERNET, MUSEU, LIVROS DE HISTÓRIA fiquem avontade
Por isso, a publicação do livro Diálogo sobre os Dois Maiores Sistemas do Mundo custou a Galileu a instauração de um processo pela Inquisição na sequência do qual ele foi obrigado a negar as suas convicções. O que galileu dizia naquela época era que ao invés do sol girar em torno da terra, era a terra que girava em torno do sol... HOJE TODO MUNDO SABE DISSO, mas naquela época a igreja CATOLICA não aceitou, e ficou “brabinha” vejamos o que eles dizem com suas proprias palavras:
"Nós, os cardeais da Santa Igreja Romana, pela graça de Deus, tendo sido nomeados inquisidores-gerais da Santa Fé Católica, verificámos que tu, Galileu, filho de Vicente Galilei, florentino, de 70 anos de idade, já no ano de 1613 foste denunciado a este tribunal do Santo Ofício, em virtude de considerares verdadeira a falsa doutrina de que o Sol é o centro do mundo; e de aceitares a ideia de que a Terra não está imóvel [...].
Tendo os teólogos e doutores considerado estas teorias absurdas e erróneas [...] e tendo nós constatado que, depois de teres sido advertido, publicaste em Florença um livro intitulado Diálogo dos Dois Sistemas do Mundo, de Ptolomeu e de Copérnico, no qual continuas a defender as mesmas opiniões [...], declaramos-te, Galileu, fortemente suspeito de heresia. Deverás renegar publicamente as tuas teorias, contrárias aos ensinamentos da Igreja; e ordenamos que o referido Diálogo seja proibido e tu próprio aprisionado nos cárceres do Santo Ofício, ficando à nossa ordem." (Processo de Galileu)

Anônimo disse...

...continuando

Por favor alguém precisa de mais alguma prova de que a Igreja catolica apostolica romana, teria que ficar até hoje “bem quietinha” ao invés de se orgulhar da “santa inquisição” ou se orgulhar da “indugencias” (cobrando dinheiro para perdoar pecados) se orgulhar de serem cegos, se orgulhar de torturar, expor, ridicularizar a propria humanidade... se orgulhar de violar os mais nobres direitos, e ainda dizer que tudo isso veio de DEUS, Marcelo, óbivio que Deus não é o “papai noel”!! Obvio, porque ao contrario de DEUS papai noel não existe, pra encerrar, porque poderia ficar até amanhã escrevendo sobre OS FATOS INIQUOS dessa Igreja e provando-os, por fim quero citar a BIBLIA (ou vai dizer que a biblia também é um livreco igual aos livros de historia???) lembrando de um fato:
Durante a primeira parte de seu ministério, Jesus Cristo foi abordado por dois de seus discípulos — Tiago e João — que tinham acabado de voltar da pregação da mensagem do evangelho por todo a Israel. Esses dois discípulos estavam aborrecidos, porque algumas cidades inteiras tinham recusado ouvir sua mensagem; eles perguntaram ao Senhor:
"Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez?" [Lucas 9:54].
Jesus Cristo ficou horrorizado e respondeu:
"Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las." [Lucas 9:55-56].
Vamos repetir: "o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens".
Em nenhum lugar nas Sagradas Escrituras Jesus matou alguém que discordasse dele, tampouco ensinou que seus seguidores fizessem isso. Nenhum dos apóstolos deu essa instrução à igreja mais tarde no Novo Testamento. Nosso precioso Salvador nunca ordenou que alguém fosse morto por qualquer razão, especialmente por dureza de coração contra sua mensagem, ou por discordar dele em questões espirituais.
MARCELO Estou ancioso para ler sua resposta, mas sinceramente... se eu fosse você, jogaria panos quentes sobre tudo, assim como voces tem feito com os casos de pedofilia! Há, há, há, há... a verdade realmente liberta...
Obs. Não sou protestante! Sou Cristão!!!


Edson Gonçalves

Marcelo disse...

Salve Maria, Mãe do meu Senhor!

Responderei em partes, segundo está dividido seu comentário.

Primeira parte:

Edson, eu jamais falei que todos livros de história são livrecos e que todos estão errados. Muito pelo contrário, existem livros de história que são excelentes! Eu me referi à livrecos como os utilizados nos ensinos fundamental e médio do Brasil. E, claro, existem também livrões, como os de Dan Brown, que possuem o nível de livrecos, e as vezes os superam, porém com linguagem diferente e para um público diferente. Mas os livrecos e livrões não vêem ao caso.

Nas primícias, passando pelos livrecos, você faz acusações contra o celibato, quando o próprio Cristo e os apóstolos foram celibatários. Portanto, se for acusar os praticantes do celibato de "desviados sexuais", lembre-se de que está acusando o próprio Cristo, que introduziu esta prática, e seus discípulos que seguiram-na.

Quanto ao caso da mulher, nele você revela a sua ignorância quanto à Inquisição, e não sabe que à uma pessoa acusada bastava jurar submissão ao Pontífice para ficar livre de suspeitas. E ainda, quem se arrependesse à qualquer altura do processo era perdoado também.
Portanto, só eram julgados aqueles que agarravam-se com obstinação à heresia, uma vez que o objetivo da Santa Inquisição não era matar, mas buscar a renúncia à determinada heresia que o católico abraçava.
Contudo, não podemos confundir com conversão obrigatória, pois como disse-nos São Tomás de Aquino na Suma Teológica, II-II, 10, 8, C.:

“E esses (hereges e apóstatas) devem ser forçados, mesmo fisicamente, a cumprir o que prometeram e a conservar o que uma vez receberam. (Et tales sunt etiam corporaliter compellendi ut impleant quod promiserunt et teneant quod semel susceperunt)”

E este dito manual, você pode comprovar todos estes detalhes sórdidos que cita?! Desejo saber de que parte você tirou tudo isto.
Aguardarei.

E sobre a tortura, cito aqui as palavras do Prof. Dr. Roman Konik, autor do livro "Em Defesa da Santa Inquisição", em entrevista concedida ao Sr. Leonardo Przybysz, correspondente da revista Catolicismo na Polônia:

"Na legislação medieval a aplicação de torturas era geral, mas os tribunais inquisitoriais as adotaram de forma muito abrandada. Proibiam torturar mulheres grávidas, crianças ou pessoas idosas. Para aquela época, isso era considerado inovador, pois nos tribunais civis tais pessoas não eram excluídas da possibilidade de serem torturadas. Era proibido também torturar duas vezes a mesma pessoa. A aplicação de torturas devia ser decidida por aclamação de todos os juízes — como também do defensor do réu — e com a aprovação do bispo local e de um consultor independente. Ressalto que as torturas aplicadas pela Inquisição eram raras. Na França, onde se efetuava a luta contra a seita dos albigenses, durante 200 anos só três vezes decidiu-se aplicá-la. A tortura mais freqüente era privar o condenado de alimentação, ficando ele totalmente isolado.

Os tribunais da Inquisição foram os primeiros a garantir a defesa ex-ofício e o que hoje é praticado: a prisão domiciliar e a liberdade mediante caução. As informações obtidas através de torturas não podiam ser consideradas como prova e deviam ser confirmadas num período posterior de 24 horas."

Marcelo disse...

Segunda parte:

Suas palavras: "...que continuavam vivendo a lei de moises "olho por olho" mesmo tendo o Cristo vivo ensinado exatamente o contrario, uma lei muito maior "...orai pelos que vos maldizem..."..."

Isto é uma acusação contra a pena de morte, pois você diz que os defensores da Santa Inquisição assemelham-se aos fariseus, como se a pena de morte fosse baseada na famosa lei do "olho por olho", que não é a mosaica, mas a Lei do Talião.

Assim, você quer dizer que a pena de morte é coisa passada e que foi abolida por Cristo, o que é uma tremenda mentira, como já demonstrei.

Você prossegue com seus absurdos, e diz que os réus não possuíam direito de defesa, o que é uma mentira sem cabimento algum!
Ademais, a Igreja somente julgava católicos hereges, e não os infiéis de fora da Igreja. Assim, a Santa Inquisição tinha o objetivo de extinguir as heresias no meio católico, e não de perseguir os não-católicos. Portanto, esta sua comparação com o Holocausto e o atentados terroristas é de uma imbecilidade sem tamanho.

Como se não fosse pouco, você acusa a Santa Inquisição de ter matado milhares de pessoas, como Santa Joana D'Arc e Galileu.
Bom, quanto aos "milhares de pessoas", é realmente absurdo uma vez que considerarmos o tamanho da população européia na Idade Média.

E para se ter idéia dos números reais:

“Em 930 sentenças que o Inquisidor Bernardo Guy pronunciou em 15 anos, houve 139 absolvições, 132 penitências canônicas, 152 obrigações de peregrinações, 307 prisões e 42 “entregas ao braço secular” ([citado em] AQUINO, Felipe. Para entender a Inquisição. 1 ed. Cleofas. Lorena. 2009, p. 23).

Marcelo disse...

Houve também um Simpósio Internacional sobre a Santa Inquisição, em 1998, em que 30 grandes historiadores participaram vindos de diversas confissões religiosas, para tratar historicamente da Inquisição, sob iniciativa da Igreja.
As Atas deste Simpósio, alguns anos depois foram reunidas e apresentadas ao público, sob forma de livro com 783 páginas, intitulado originalmente de “L’Inquisione” pelo historiador Agostinho Borromeo, professor da Universidade de La Sapienza de Roma.

Eis algumas citações das atas:

“A Inquisição na Espanha celebrou, entre 1540 e 1700, 44.674 juízos. Os acusados condenados à morte foram apenas 1,8% (804) e, destes, 1,7 (13) foram condenados em “contumácia”, ou seja, pessoas de paradeiro desconhecido ou mortos que em seu lugar se queimavam ou enforcavam bonecos.”

“Dos 125.000 processos de sua historia [tribunais eclesiásticos], a Inquisição espanhola condenou a morte 59 “bruxas”. Na Itália, 36 e em Portugal 4.”

Por fim, uma citação do historiador citado:

"Hoje em dia, os historiadores já não utilizam o tema da inquisição como instrumento para defender ou atacar a Igreja. Diferentemente do que antes sucedia, o debate se encaminhou para o ambiente histórico com estatísticas sérias” (Historiador Agostinho Borromeo, presidente do Instituto Italiano de Estudos Ibéricos: AS, 1998)

Prosseguindo, Santa Joana D'Arc foi vítima de um processo armado por um bispo corrupto, Pierre Cauchon, bispo de Beauvais, que havia se vendido aos ingleses. Um joguete político.
A sentença de Joana, porém, não passou pelas mãos do papa, sendo assim queimada ilegitimamente em 1431.
"Em 1456, ela foi decretada inocente pelo papa Calisto III"
[ENCICLOPÉDIA DELTA UNIVERSAL, Idem, Vol. 8, p.4592]

Foi beatificada em 1909, canonizada em 1920 e declarada oficialmente padroeira da França em 1922.
Portanto, Santa Joana D'Arc não foi uma 'vítima da Igreja', mas sim de um bispo corrupto.

Quanto à Galileu, existe também uma grande calúnia contra a Igreja quando trata-se do caso dele. Ele não foi condenado pelo seu sistema heliocêntrico, pois este já havia sido formulado à 250 anos pelo Bispo de Lisieux, Nicolau de Oresme (falecido em 1382), e era aceito pelo inquisidor de Galileu, São Roberto Bellarmino:

“Entendamos, o cardeal Bellarmino, amigo do saudoso astrônomo padre Clavius desde os tempos de colégio, sabe muito bem que a descrição copernicana dos movimentos planetários poderia ser perfeitamente plausível” (Apud. Pietro Redondi, Galileu Herético, Editora Schwarcz Ltda, São Paulo, p.47)

“Em terceiro lugar, eu digo que se houvesse uma demonstração verdadeira de que o Sol está no centro do Mundo e a Terra no terceiro Céu, e que o Sol não circula a Terra, mas a Terra circula o Sol, então, ter-se-ia de proceder com grande cuidado em explicar as Escrituras, na qual aparece o contrário. E diria antes que nós não as entendemos, do que, o que é demonstrado é falso. Mas, eu não acreditarei que exista tal demonstração até que esta me seja mostrada.” (Carta do Cardeal São Roberto Bellarmino ao padre Foscarini, 12 de abril de 1615. Na Internet: http://galileoandeinstein.physics.virginia.edu/lectures/gal_life.htm).

Mas Galileu foi condenado por magia e esoterismo que estavam presentes em sua versão de heliocentrismo, o que é anti-católico.
Segundo Galileu, a luz era uma “substância espiritualíssima, sutilíssima e velocíssima que difundindo-se pelo universo penetra tudo sem resistência, aquece, vivifica e torna fecunda todas as criaturas viventes. (Carta de Galileu a monsenhor Pietro Dini, 23 mar.1615, Opere,V, p.289).

Assim, a condenação de Galileu deu-se, não pelo sistema heliocêntrico em si, mas pelo sistema heliocêntrico embebido de esoterismo.

E creio que você citou ele erroneamente, uma vez que ele não foi morto pela Santa Inquisição.

Com respeito à sua citação do processo de Galileu, peço que cite mais especificamente de onde localiza-se este trecho que você afirma pertencer ao mesmo.

Marcelo disse...

Terceira parte:

Nesta parte, além de você repetir as falácias já batidas e refutadas, apresenta uma outra, a das indulgências.
Acaso você sabe o que é uma indulgência?
Indulgência é o perdão das penas temporais dos pecados, sendo eles mortais ou veniais. Ela pode ser parcial ou plenária.
Porém, a indulgência é somente uma dar formas de pagar as penas temporais, e existem também várias formas de receber indulgências. Uma delas, que é a forma em questão, utilizada na Idade Média, era a doação de quantias de dinheiro, que é uma obra de caridade. Este dinheiro era destinado à orfanatos, leprosários, hospitais e coisas do gênero.

Contudo, houve por parte de alguns clérigos o abuso disto. Mas este abuso não constituía o objetivo da Igreja para com esta forma de conceder indulgências. Assim sendo, devido aos abusos, esta forma de conceder indulgências foi abolida no Concílio de Trento.
E quanto ao fato de os abusos não constituírem o objetivo real da Igreja, até mesmo Martinho Lutero, nas suas 95 teses, reconheceu:

nº 50: “Deve-se ensinar aos cristãos que, se o Papa soubesse das exações dos pregadores de indulgências, preferiria reduzir a cinzas a Basílica de S. Pedro a edificá-la com a pele, a carne e os ossos de suas ovelhas”.
nº 91: “Se, portanto, as indulgências fossem pregadas em conformidade com o espírito e a opinião do Papa, todas essas objeções poderiam ser facilmente respondidas e nem mesmo teriam surgido.

Como pode ver, até o heresiarca Lutero sabia desta verdade! E os palpiteiros de história da modernidade, com sua mania de “ouvir dizer”, ficam proferindo imbecilidades que nem o título de revisionismo histórico são dignas de receber.

Você acusa também a Igreja de orgulhar-se de violar os mais nobres direitos, quando na verdade a Igreja é uma das pouquíssimas - senão a única - vozes que se ouve atualmente contra os absurdos do aborto, infanticídio e eutanásia, defendendo assim o direito à vida do ser humano. Pois o direito à vida é um nobre direito.

Por fim, você me cita um trecho da Bíblia para tentar justificar a sua posição pacifista. Pacifista mas que também apóia a pena de morte. Apóia quando convém?! Não sei...
Porém, neste trecho trata-se de conversão, e a questão da inquisição não é esta. A conversão não pode, de modo algum, ser forçada, e é isto que Cristo ressalta. A Santa Inquisição atuou no combate de heresias infiltradas no meio católico, o que é completamente diferente.
Aquele que não quer aceitar Cristo, não será obrigado à isto.
Porém aquele que houver se declarado cristão católico e querer subverter a doutrina da Igreja, este será combatido!

Creio ter saciado sua ansiosidade. Contudo, não espere de mim os tais “panos quentes”, pois a única coisa de quente serão as respostas. E sobre a pedofilia, seus responsáveis são entregues à justiça civil, e posteriormente comparecerão frente ao tribunal divino. Não há nada de obscuro nisto.

Realmente, não consigo encontrar em seus argumentos outras coisas senão ódio da Igreja e uma grande ignorância em acusações feitas com imprudência.

Sem mais.

Sancte Michael Archangele, defende nos in praelio!
Marcelo Maciel.

Principais fontes:
Montfort, Associação Cultural
Veritatis Splendor
Doutrina Católica
Salve Maria!

Anônimo disse...

Duas perguntas:

- Desde quando o evangelho pregado por Jesus tolera a pena de morte?

- Que bases bíblicas existem para a "veneração" (idolatria, de todo modo) dos ""santos""? Muito pelo contrário - É óbvio que a Bíblia sempre proibiu isso... Não há como distorcer as coisas. Se podemos distorcer, é fácil dizer que a pedofilia (praticada por alguns padres, aliás) não é pecado (posto não estar proibida explicitamente na Bíblia, bem como o comer carne humana (igualmente não proibido explicitamente). Isso sem falar nos que apontam argumentos de que a Bíblia não proibe o homossexualismo.

De fato, se a inquisição e suas fogueiras foram santas e ainda há católicos que isso defendem, só resta uma conclusão: A igreja católica é muito perigosa.

Assim, ainda bem que Deus existe e fez a igreja católica perder força com o tempo. Ora, como explicam que Deus tenha permitido que o catolicismo decaísse desde a idade moderna?

Nelson Monteiro disse...

"Duas perguntas: - Desde quando o evangelho pregado por Jesus tolera a pena de morte? - Que bases bíblicas existem para a "veneração" (idolatria, de todo modo) dos ""santos""? Muito pelo contrário - É óbvio que a Bíblia sempre proibiu isso... Não há como distorcer as coisas"

Fez duas perguntas retóricas. Por que fez as perguntas se já tens como absoluto que sua interpretação do "evangelho pregado por Jesus" é a correta? Tenha humildade! Se perguntas, pelo menos, espere nossas respostas.

O legítimo poder do Estado em aplicar a pena de morte é dito pelo próprio Cristo: "Então disse-lhe Pilatos: Não me falas? Não sabes que tenho poder para te crucificar, e que tenho poder para te soltar? Respondeu Jesus: Tu não terias poder algum sobre mim se te não fosse dado do alto...". (João 19, 10-11)
Em Apocalipse lemos que Jesus afirma categoricamente: "Quem matar à espada importa que seja morto à espada" (Apoc 13, 10)
São Paulo em seu julgamento fala da legitimidade de sua execução caso tenha feito um mal digno de morte: "Estou diante do Tribunal de César, é lá que devo ser julgado; nenhum mal fiz aos Judeus, como tu sabes muito bem. E, se lhes fiz algum mal ou coisa digna de morte, não recuso morrer..." (Atos 25, 10-11).
O Antigo Testamento está repleto de corrobações sobre isso. A mais conhecida é: "olho por olho, dente por dente..." (Êxodo 21, 24) Deus não erra! Portanto, não errou quando disse isso na antiga aliança. As leis morais (essa é uma) não são mutáveis. Deus não muda e nem se contradiz em suas alianças, como queres supor.

Sobre a idolatria não tenho o que defender, a não ser condenar, como sempre fez a Santa Igreja.

Sobre a veneração há diversas passagens que a menciona:

"Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá." (Êxodo 20, 12)

“Diante das cãs (cabelos brancos) te levantarás, e honrarás a face do ancião, e temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor.” (Levítico 19:32)

"Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros." (Romanos 12:10)

“Recebei-o, pois, no Senhor, com toda a alegria, e honrai sempre a homens como esse” (Filipenses 2:29, sobre Epafrodito).

Venerar não é nada mais do que honrar (é seu sentido primário) quando atribuímos para os santos. Não me venha com aquele papinho que adorar e venerar são sinônimos. Já está velho essa lorota, até porque não existe sinônimos absolutos.

"Se podemos distorcer, é fácil dizer que a pedofilia (praticada por alguns padres, aliás) não é pecado (posto não estar proibida explicitamente na Bíblia, bem como o comer carne humana (igualmente não proibido explicitamente). Isso sem falar nos que apontam argumentos de que a Bíblia não proibe o homossexualismo."

Não precisa estar uma condenação ou defesa na Bíblia para que algum ato ou pensamento possa ser negado ou defendido. Aliás, pedofilia não está nem implicitamente condenada na Bíblia. É bem difícil um grupo de grande número de pessoas não ter, pelo menos, algum pedófilo. Em qualquer organização humana iremos encontrar gays, pedófilos, ladrões, etc.

Veja alguns casos de pastores pedófilos neste link:
http://www.paulopes.com.br/2009/06/casos-de-pastores-evangelicos-pedofilos.html

Nelson Monteiro disse...

"De fato, se a inquisição e suas fogueiras foram santas e ainda há católicos que isso defendem, só resta uma conclusão: A igreja católica é muito perigosa."

Não deu para perceber por quais premissas tu chegastes nessa conclusão. Tu expõe suas ideias muito mal. Se a inquisição e suas fogueiras foram santas e ainda há católicos que defendem sua santidade, o que é de fato, segundo sua hipótese, de onde tiramos que logo "a Igreja Católica é muito perigosa"?
Vou fazer o mesmo sobre o judaismo para veres quanto sem sentido é: "Se a lei de talião (lei transmitida por Deus) e seus apedrejamentos (permitidos por Deus) são santos e ainda há judeus que isso defendem, só resta a conclusão: A Antiga Aliança foi muito perigosa ou Deus foi muito perigoso"

"Assim, ainda bem que Deus existe e fez a igreja católica perder força com o tempo. Ora, como explicam que Deus tenha permitido que o catolicismo decaísse desde a idade moderna?"

Se por força tu entendes influência a resposta é simples: o mundo está em decadência moral. A humanidade tem livre arbítrio e é por isso que existe a possibilidade de pessoas deixarem de confiar na Igreja e em Deus. Jesus mesmo perguntou: “Quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” (Lc. 18,8) Logo, Ele mesmo fala que é possível que o Cristianismo perca sua influência. Mas a verdade é que a Igreja não está decaída, ela está como sempre esteve forte e cuidada por Deus. Como explicarias tu, então, o tal tempo em que a Igreja não estava "decaída"? Mas se o estado da Igreja Católica é de queda que diremos do protestantismo? Ou será que há mais protestantes do que católicos? E que algum pastor tem mais influência que o papa?

Nelson Monteiro disse...

Para o Edson: Se a qualidade dos seus livros de pesquisa são os que dizem que o Papa Inocêncio III viveu no século XV, então deves tão logo mudar de fontes. Se querias se referir ao papa Inocêncio VIII é mais engraçado ainda, pois dizes que aprovou antes mesmo de tal obra ser escrita (1486) e publicada (1487). Quer dizer ainda sobre a própria denúncia pela inquisição contra o autor, Kramer? E escrito pelo clero? HAHAHAHA. O livro na verdade foi condenado pela pela Universidade de Colônia onde o autor esperava a aprovação. Esteve até no Index Librorum Prohibitorum.

Anônimo disse...

gostaria de saber o seguinte, quem nomeou o papa como representante de Deus, sendo o proprio Jesus disse: "eu sou o caminho a verdade e a vida". Então onde está escrito nas escrituras, que precisamos de um "Intercessor" entre Deus e nós, que não seja o proprio Jesus Cristo. Outra pergunta, em que local da biblia está escrito que um ser humano, pode dar status de "santo" a outro ser humano, isso é impossivel.

Marcelo disse...

Salve Maria, Anônimo!

Respostas às suas perguntas:

1) Quem nomeou o Papa como representante de Deus:

Ora, o próprio Cristo conferiu à São Pedro o cargo de Pastor de suas ovelhas;

"E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus." (São Mateus 16,18-19)

"Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros.
Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros.
Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas." (São João 21,15-17)

2) Onde está escrito nas Escrituras que precisamos de um intercessor que não seja Cristo:

Primeiramente, é necessário esclarecer que Cristo é nosso intercessor enquanto Salvador.

"Filhinhos meus, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas, se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.
Ele é a expiação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo." (I São João 2,1-2)

"Por isso ele é mediador do novo testamento. Pela sua morte expiou os pecados cometidos no decorrer do primeiro testamento, para que os eleitos recebam a herança eterna que lhes foi prometida." (Hebreus 9,15)

"Porque há um só Deus e há um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem que se entregou como resgate por todos." (I Timóteo 2,5-6)

Além destas passagens bíblicas, que comprovam que Cristo é mediador enquanto Salvador, seria ilógico achar que Cristo ora por nós para Ele mesmo, afinal Ele também é Deus com o Pai e o Espírito Santo.

Assim, podemos ter intecessores que rezam por nós, como nos fala o Apóstolo:

"Confessai os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros para serdes curados. A oração do justo tem grande eficácia." (São Tiago 5,16)

3) Onde está escrito na Bíblia que um ser humano pode dar ao outro o status de "santo":

Bom, todos os santos da Igreja não são julgados por homens, mas são tido como santos após fiéis terem obtido milagres de Deus através destes homens, assim confirmando que estes estão no Reino dos Céus.
Para um homem ter sua santidade reconhecida oficialmente pela Igreja, necessita de 2 milagres comprovados. Antes, com um único milagre, é beato.

Quanto à citação bíblica, não há citação que diga que um homem pode julgar que outro é santo, afinal a Igreja não faz isso. O que ocorre, como eu disse, é o reconhecimento da santidade mediante milagre obtidos através de determinada pessoa, o santo em questão.

Por exemplo, alguém que rouba não "ganha" o status de ladrão de alguém, mas adquire. Assim também é com os santos.

"Foi em ti que se encontrou o sangue dos profetas e dos santos, como também de todos aqueles que foram imolados na terra." (Apocalipse 18,24)

"Que ele confirme os vossos corações, e os torne irrepreensíveis e santos na presença de Deus, nosso Pai, por ocasião da vinda de nosso Senhor Jesus com todos os seus santos!"
(I Tessalonicenses 3,13)

Eis aí, homens chamados de santos na própria Bíblia!

Obs.: Procurei citar os trechos bíblicos que pediste, contudo nem toda doutrina de Cristo encontra-se na Bíblia.
E eu, pois, faço uma pergunta a você:

Se toda a doutrina de Cristo está contida na Bíblia, mostre-me onde na Bíbla encontra-se a lista de livros (canon) que devem compô-la!

Sem mais.

In Corde Iesu,
Marcelo Maciel.

gAb. disse...

Triste...teu deus, mesmo entre seus filhos causa discórdia.

Senhores, quando pararem de pensar e falar em nome de deus entenderão o verdadeiro amor.

Marcelo disse...

Não se pode renunciar à verdade por nada, quanto mais em nome de um pacifismo, um bem-estar à qualquer preço com os homens!

Sancte Michael Archangele, defende nos in praelio!
Marcelo Maciel.

Unknown disse...

Acrescente ao seu artigo isso:

http://molcat1.bl.uk/treasures/gutenberg/search.asp

é a biblia de gutenberg digitalizada, direto da biblioteca britanica, são dois exemplares de 1445, muito antes de Trento.

Irmão eu quero lhe recomendar esses blogs católicos e Canal no Youtube (perdão se já mandei)

http://patristicabrasil.blogspot.com/

http://www.youtube.com/user/bloggerfsa

Documentos históricos do I ao VIII século sobre a Igreja.

E outros com material para edificação, iconografia, arqueologia, Sudário de Turim, documentos variados, todos com intuito de alimentar de informações e provas.

http://angelusexverum.blogspot.com/

http://iconografiascristas.blogspot.com/

http://sudariodeturim.blogspot.com/

http://blogartigosmeus.blogspot.com/

http://laostheon.blogspot.com/

A paz do Senhor.

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